Sábado, 13 de abril, Eduardo Guimarães, do Centro Espírita Casa de Caridade Aureliano, de Niterói, RJ, apresentou seminário no Centro Espírita União, abordando como tema “O Processo de Jesus”.
Comentando sobre os crimes que teriam levado Jesus ao julgamento e à cruz, Eduardo apresentou fatos relevantes da última semana de Jesus na Terra, do Domingo de Ramos à Crucificação, passando pela Última Ceia e pelos Julgamentos judeu e romano.
Eduardo emocionou os presentes, esclarecendo detalhes de relatos importantes do Evangelho, relacionando-os às profecias sobre a vinda do Messias, citadas em Isaias, Miqueias e Zacharias no Antigo Testamento.
Explicou como Jesus foi julgado pelas leis judaicas e romanas, sendo a ele atribuídos os crimes de heresia, blasfêmia e agitação popular, sendo considerado traidor. “Jesus, em todos os seus atos, mostrava aos fariseus que a lei judaica não estava de acordo com a Lei Maior, criando com isso um clima contra ele, de rejeição mesmo”, destacou.
O palestrante salientou a firmeza e a coragem do Mestre, que foi considerado falso profeta, porque na concepção judaica não teria realizado as tarefas que estavam sendo aguardadas pelo povo judeu com a vinda do Messias. “Jesus veio, sim, fazer tudo aquilo que estava escrito nas profecias, mas não de imediato. Jesus inauguraria uma nova era, só que não era apenas a elevação de Israel, mas de toda a humanidade”, destacou, convidando os participantes ao estudo e pesquisa sobre o assunto no Segundo Livro de Moisés, no Velho Testamento, que relata as características do futuro messias.
Eduardo comentou também sobre a censura contra os escribas e fariseus, quando Jesus se referiu à hipocrisia. “Tudo isso criou um grupo de resistência que pretendia exterminar com Jesus”, assinalou. Aberto a perguntas, o seminário foi abrilhantado pela participação do público presente que dirigiu suas dúvidas e observações sobre o tema. Uma das perguntas foi sobre a questão dos milagres. Teriam sido eles tão necessários?
Eduardo salientou que Kardec explicou muito bem a questão em A Gênese. “Jesus agiu de acordo com as leis espirituais, manipulando fluidos, forças que ele dominava muito bem. Na verdade não o condenaram pelos milagres que realizava, mas porque ia contra à ordem da época”, lembrou.
Outras perguntas importantes foram formuladas, como o episódio da traição de Judas. Teria Judas reencarnado para isso? E se tivesse agido de outra forma, como teria sido a história?
O seminário destacou também a ressurreição de Jesus. “A ressurreição é o fato mais importante, o que reverte a história toda, demonstrando que todo o mal poderia ocorrer com Jesus, mas no final quem decidiria seria Ele, o amor, o bem. Não houvesse essa passagem, a mensagem que ficaria seria de que a virtude sucumbe. A ressurreição é a inversão da situação. A prova de que o mal pode ter sua fase, mas no final a vitória é sempre do bem”.
Eduardo lembrou juntamente com os participantes da passagem evangélica sobre o fato do escândalo ser “necessário”, comentando ter preferência, entretanto, pela tradução de o escândalo ser “inevitável”. Segundo ele, “por uma simples questão do mal ser fruto das nossas escolhas, dos nossos enganos, do nosso grau evolutivo ainda o permitir”, observou.