História do Centro Espírita União, Interessados no trabalho e estudo da Doutrina Espírita, Francisco Gaves e Nena, sua esposa, fizeram parte de outros centros espíritas da capital paulista, antes da fundação do Centro Espírita União. Traziam conhecimento doutrinário e vontade de trabalhar na divulgação do espiritismo e em benefício das criaturas necessitadas, encarnadas e desencarnadas.
Conhecendo Chico Xavier, o médium, através dos livros, houve interesse em conhecê-lo pessoalmente. O casal vai então a Uberaba com um grupo de espíritas em visita ao Chico, que manifesta especial atenção a eles como se fossem velhos conhecidos.
Retornando a São Paulo, Galves e Nena comentaram sobre a atenção dedicada a eles. Mais tarde saberiam pelo próprio Chico que Emmanuel lhe houvera dito que no momento oportuno amigos do passado chegariam e que ele logo os reconheceria.
O mesmo não aconteceu com Galves e Nena, que sentiram por ele, porém, uma grande afeição que os uniu fortemente. O casal, assim, assiduamente voltava a Uberaba para visitá-lo, acentuando-se nesses encontros fraternos a alegria nos trabalhos da Doutrina Espírita.
Chico levou Franscico e Nena para conhecerem dona Aparecida Conceição Ferreira, que iniciava em Uberaba seu trabalho social, dando assistência aos doentes do pênfigo, doença na época pouco conhecida e sem locais disponíveis que abrigassem e tratassem seus portadores. Começou assim o interesse do casal pelo amplo trabalho de assistência fraterna aos mais carentes.
Nesse ínterim, Galves e Nena observavam e questionavam algumas práticas que se desviavam da pureza doutrinária, aprendida nos ensinamentos de Chico Xavier, na vivência do médium e no respeito pela codificação kardequiana.
Em uma das visitas a Uberaba, Chico psicografou uma mensagem de Dr Bezerra de Menezes, incentivando o casal à prática do culto no lar. Sem que Galves e Nena tivessem conhecimento prévio, o plano espiritual já preparava um novo núcleo espírita que mais tarde daria origem ao Centro Espírita União.
Acompanhe alguns trechos da comunicação de Dr Bezerra de Menezes para esse trabalho construtivo, que integra o auxílio e compromisso do plano espiritual com o plano terrestre.
Galves, meu filho Jesus nos ampare sempre.
Temos ouvido os seus desejos, registrados os seus ideais, no sentido de retorno ao serviço mediúnico propriamente considerado. Em verdade, a tarefa não deve ficar interrompida por longo tempo. Você e a companheira realmente necessitavam da chamada pausa de recuperação no repouso psíquico preciso, mas agora cremos seja possível à reconstituição do trabalho…
…A idéia do grupo íntimo, com finalidade de desobsessão é um plano feliz, para cuja execução rogamos o amparo da providência divina.
…Não convém que a obra comece no lar, à vista das responsabilidades que o socorro dos espíritos menos felizes acarreta.Convém sim que o agrupamento inicie as atividades no ambiente adequado, para o que um recinto definido é a condição ideal.
O conjunto pequeno, como é necessário à formação de corações fraternos, poderá reunir-se uma vez por semana à noite e pouco a pouco as diretrizes virão, de vez que é aconselhável dar tempo ao tempo e verificar o desenvolvimento da nova planta de amor fraternal na Terra do Cristo, aquele distrito das melhores esperanças e dos melhores pensamentos de nossa vida…”
Galves e Nena, assim como a mensagem recomendava, passaram a realizar o culto no lar, reunindo semanalmente o grupo familiar para oração e diálogos sobre páginas de O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec.
Durante este período preparatório de um ambiente propício para formação de uma nova casa espírita, o casal mantinha as visitas a Chico em Uberaba. Dr Bezerra, então, transmite mais duas mensagens de incentivo e orientação para concretização do novo núcleo espírita, reforçando ainda mais a necessidade das orações no ambiente familiar e do diálogo entre o casal, firmando os ideais que cultivavam no propósito de iniciar um núcleo espírita. Em uma delas, dizia ele:
“… Continuemos na tarefa da edificação mental, na certeza de que, se já podemos contar com o amparo da construção externa, é preciso nos decidamos a levantar a construção íntima, aquela que se baseia no ajuste dos corações fraternos numa obra de elevação espiritual em comum…
… Cada noite, retire com a nossa Nena um pequeno espaço de tempo do tempo habitual para a oração a dois e alguns minutos de entendimento verbal sobre nossos planos, porque através da inspiração trocaremos ideias todos juntos acerca dos alicerces espirituais do conjunto em vias de se formar…”
Em outra visita a Chico, Dr Bezerra orienta Galves e Nena através de nova mensagem, encorajando-os ao início de um trabalho doutrinário, que não fosse na residência do casal, como já alertado em comunicação anterior.
Nesse ínterim, Francisco Galves e seus irmãos haviam recebido por herança dos avós uma casa no bairro do Jabaquara, à rua dos Democratas, nº 527, que se encontrava vazia.
Ao ser comentada com Chico a possibilidade de se iniciar o trabalho doutrinário neste local, Chico prontamente os incentivou.
Primeiramente, começaram as reuniões semanais de desobsessão, em favor de um parente necessitado do auxílio espiritual. Posteriormente, as reuniões públicas evangélicas, exatamente como orientava Dr Bezerra de Menezes:
“..Nossa Casa Doutrinária está erguida, indicada, preparada…Sigamos adiante. O ambiente fraterno, a tarefa mediada, a experiência em início, a alegria do trabalho…
No princípio, o nosso encontro no lar da fé, os espíritos libertos e vós outros aos obreiros do bem, vinculados ainda no plano físico… e no centro desse encontro de corações um ente querido em necessidade espiritual, um amigo dileto exigindo assistência…
Nosso conjunto nasceu, desse modo, no âmago da família, e da família consanguínea eis que parte no rumo da humanidade, nossa família maior. Presentemente, urge organizar dessa maneira a reunião de evangelização em que os convidados de Jesus sejam servidos. Não há motivo para temores. Podemos agir sem hesitação.Escolhamos uma noite na semana para que o nosso templo se abra ao amparo popular.
Estaremos todos juntos… um templo espírita evangélico é, repitamos, o abrigo da solidariedade e da paz, onde Jesus, por intermédio dos seus discípulos, recebe os irmãos da Terra para instruí-los e socorrê-los, com os mais necessitados em regime de preferência…”
Os trabalhos de desobsessão sempre foram orientados conforme as normas de André Luiz. E, assim, Galves e Nena davam continuidade às tarefas doutrinárias com alegria, empenho, dedicação e muito amor pelo trabalho construtivo que vinham idealizando e realizando. Em mensagens posteriores, orientava Dr Bezerra:
“… As nossas reuniões para desobsessão prosseguem ativamente e produtivas. Não importa o número começante. Virão outros companheiros e não convém ampliar o serviço sem noções de responsabilidade nos chamando a executá-lo…devemos orientar o passo no sentido de realizar mais uma reunião para o Evangelho e Doutrina Espírita, e a formação de tarefa educativa em favor da criança…uma escola singela, onde nossos pequenos encontrem ideias e emoções preparatórias do conhecimento maior…”
Na pequena casa no Jabaquara, as atividades doutrinárias vinham sendo realizadas regularmente, conforme as orientações de Dr Bezerra e o incentivo de Chico Xavier.Como a casa pertencia à família Galves, herança dos avós, concordaram todos os familiares em fazer uma doação, permitindo desse modo que se concretizasse o ideal de se construir uma casa espírita que acolhesse a todos que ali buscassem apoio espiritual e material.
Em 05/04/1967 foi inaugurada a sede do Centro Espírita União. A escolha do nome também foi sugestão de Dr Bezerra.
…Quanto à denominação, filhos, cremos que devam atender à inspiração que lhes é própria.Conhecemos o devotamento com que se confiam a Kardec, o codificador inesquecível, e sabemos que todos nós reverenciamos nele o companheiro maior que nos conduz até a esfera do pensamento real do Cristo, nos ensinando a assimilar-lhe a divina luz.
Entre Jesus e Kardec, escolherão o nome que mais nos convenha ao Instituto da Fraternidade agora em nossos braços, e refletindo nisso e meditando na sagrada aliança entre o Mestre e o Discípulo. Se pudermos de nossa parte sugerir um título, inclinar-nos-íamos para o nome de Centro Espírita União, de vez que essa união reuniria um e outro, ao mesmo tempo, que significaria o nosso propósito de confraternização positiva diante do Evangelho e da Codificação Kardequiana …”
A cada dia aumentava o número de frequentadores e famílias assistidas pela Casa. Procurando melhor atender àqueles que nela buscavam acolhimento, trabalho e estudo, o Centro Espírita União ampliou suas instalações. Eventos eram promovidos regularmente e companheiros dedicados auxiliavam no projeto e construção de um local mais amplo, melhorando recursos para continuidade do trabalho a serviço do próximo.
As crianças, também, já estavam sendo atendidas no campo educativo. Semanalmente frequentavam as aulas de evangelização como sugeria Dr Bezerra de Menezes em uma de suas mensagens. Famílias carentes recebiam cestas básicas, gestantes participavam do curso de puericultura e recebiam enxovais para os futuros bebês; adultos e crianças, com atendimento médico e odontológico, recebiam os medicamentos necessários para o tratamento indicado. O trabalho assistencial caminhava assim com muito sucesso.
Mantendo-se também na época uma livraria, que divulgava os livros espíritas e valorizava o estudo do Espiritismo, Chico Xavier, empenhado neste trabalho de divulgação da Doutrina, incentivou a criação de uma nova editora espírita. Sentindo a motivação de Francisco Galves neste trabalho, o presenteia com um de seus livros psicografados – Amigo, com mensagens de Emmanuel.
Assim nasceu a Editora Cultura Espírita União editando seu primeiro livro. Inicialmente, foram 10 mil exemplares, Na segunda edição, mais 5 mil. E tantas outras edições se sucederam, com novos títulos sendo editados, como: Livro de Resposta, Pronto Socorro, Caminho e outros. Todos mantendo mensagens de incentivo ao trabalho e progresso espiritual do homem.
Com a doação de um imóvel à avenida Rangel Pestana, nº 233, próximo à estação Sé do metrô de São Paulo, o Centro Espírita União inaugura a Livraria Cultura Espírita União, agora com sede própria. Hoje é também distribuidora e mantém mais de 5 mil itens espíritas e espiritualistas, nacionais e internacionais.
A renda obtida com a venda dos livros é revertida em benefício das obras assistenciais do Centro Espírita União. Atualmente o trabalho social realizado atende , aproximadamente, 200 famílias carentes, sendo a Livraria e Editora Cultura Espírita União que permite a manutenção desses trabalhos. Com seu lucro destinado às obras assistenciais do CEU, o projeto de realizar cursos profissionalizantes também se concretizou. E, em 30/01/98, foi inaugurada a Escola Profissionalizante de Informática e a Cozinha Experimental com a aquisição de outro imóvel, à rua Major Freire, nº510, no Jabaquara, próximo à sede do Centro, tendo-se o propósito de um trabalho edificante, formando-se jovens que buscam no aprendizado e no trabalho correto uma forma de conquistar independência financeira, atuando dignamente na sociedade.
O Centro Espírita União tem procurado honrar o nome que Dr Bezerra de Menezes sugeriu à Instituição. Seus trabalhos incentivam o estudo e a fidelidade à codificação da doutrina espírita por Allan Kardec. Sem se esquecer do Evangelho, a Casa baseia justamente suas diretrizes na união dos ensinamentos de Jesus e Kardec.
Nessa linda história de 50 anos de trabalho conjunto de edificação e divulgação do espiritismo, o Centro Espírita União agradece:
Atual fachada do Centro Espírita União
A Dr Bezerra de Menezes,
Que guiou nossos primeiros passos e continua transmitindo do Plano Espiritual orientação segura e fé.
A Chico Xavier,
Que no Plano Terrestre transmitiu confiança, constantes ensinamentos de grande sabedoria e afeto de um grande amigo, que permanece ligado pelo coração a todos envolvidos no trabalho do Centro Espírita União.
A todos que colaboram e continuam colaborando conosco. Alguns, desde o início de nossa fundação. Lembramos daqueles que hoje se encontram no plano espiritual, mas que conosco compartilharam momentos de alegria no trabalho e no compromisso com a Doutrina Espírita.
Contamos também com você que está chegando agora. Participe conosco desta equipe que encontra no trabalho, no estudo e na alegria de servir ao próximo sua própria alegria de viver.
Seja bem vindo(a) ao Centro Espírita União!
Disponibilizamos abaixo o vídeo que conta estes 50 anos de Historia.
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Centro Espírita União – CEU, marca registrada no INPI (Processo: 919846998)
Editora e Livraria Cultura Espírita União, marca registrada no INPI (Processo: 824758625)