Nena Galves reuniu no livro Amor e Renúncia (Ed CEU) a história de Joaquim Alves (o Jô), revelando documentos importantes que retratam a interessante trajetória e atuação dos cristãos primitivos da época da Antiga Roma, posteriormente retomando sua caminhada na Terra como trabalhadores incansáveis da Doutrina Espírita.
São fotos, revelações e correspondências mantidas com Chico Xavier, Yvonne Pereira, Divaldo Pereira Franco, Wallace Leal, Clóvis Tavares e outros. Um dos mais interessantes é o bilhete escrito pelo próprio Joaquim Alves comprovando ter sido ele o menino Silvano, personagem do livro Ave Cristo, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier. Silvano fora na época devorado por um cão selvagem, revelando na história que já trazia – ainda frágil criança – acesa a chama da fé, ao lembrar da figura de Jesus em seu momento final.
Nena Galves conta que a ideia do livro foi sugerida por Chico Xavier, em uma das visitas a Uberaba, com o também companheiro espírita Miguel Pereira.
Chico, que fora por mais de três décadas um grande amigo de Jô, destacou seu grande valor como companheiro de lutas e o considerou um grande médium a serviço do Evangelho, enfatizando o fato de não existir, até aquele momento, uma obra biográfica que pudesse trazer ao conhecimento público aquilo que Jô realizara durante a sua encarnação, fosse nas tarefas doutrinárias, nas visitas a hospitais, penitenciárias, enfim, das variadas formas como ele bem sabia conduzir o benefício aos seus tutelados. Naquele noite Miguel Pereira assumiu perante Chico o compromisso de levar a ideia adiante, incentivando alguém que pudesse trazer à baila tal realização. Convidou Nena Galves, que acabou recebendo “por acaso” como presente de uma sobrinha de Joaquim Alves a “herança” de uma velha cômoda de que sempre gostou como mobiliário de decoração da casa do amigo. Mais importante que o móvel, Nena Galves acabou ficando também com a papelada que caía aos montes de dentro dele. “ As almas se encontram no trabalho cristão”, resume a autora.
Ela lembra que Jô foi um grande herói do cristianismo, que renunciou sempre com muita humildade e amor em favor da tarefa espiritual a ser cumprida, divulgando a Doutrina Espírita na África, em Portugal ou realizando belíssimos trabalhos em Matão, na gráfica de Cairbar Schutel. Correspondia-se com todos os grandes espíritas. “Através das correspondências é que fomos conhecendo realmente a alma generosa daquele nosso grande companheiro. Hoje, falar de Joaquim Alves faz com que meu coração se enterneça”, desabafa Nena Galves. “Ele trabalhou muito – e em silêncio. Teve uma vida de verdadeiro cristão, que não perde tempo em aparecer, mas se mostra pelo exemplo”.
Ela deixa um recado aos espíritas menos avisados. “O fenômeno existe, mas sem o trabalho de amor e renúncia, nada existe por muito tempo. Podem negar o fenômeno, mas jamais poderão se apagar os exemplos que ficam. Não se pode compreender o amor que não sabe renunciar e só sabe renunciar quem já aprendeu a lição”, conclui.
Por Eliana Haddad
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